Com uma entrada discreta, o renomado restaurante Aizomê da chef Telma Shiraishi, passa quase desapercebido. Muito simpáticos, nos conduziram a uma sala reservada, confortável e com música ambiente em tom agradável.
Optamos pelo omakase, menu degustação, de sete etapas incluindo hon maguro (atum bluefin). Como entradas cortesia recebemos o tradicional kimpira gobo (refogado de raiz de bardana com cenoura e gergelim) e pedacinhos de peixe cozido. Em seguida nos trouxeram atum com cará ralado, que formava uma camada de textura viscosa sobre o peixe cru.
Iniciando o menu degustação propriamente dito, experimentamos o siri mole e tomburiu karaague ao molho ponzu. A acidez do molho ajudou a minimizar o sabor acentuado de frutos do mar do siri, já o peixe frito tinha um sabor mais suave. Depois degustamos o polvo com takenoko ao sumissô e o polvo possuía uma textura mais firme.
E chegou a vez dos sashimis! Vieram sete variedades diferentes, o lírio com molho de umessô, que foi um dos que mais gostei devido ao sabor levemente azedo do molho de ume; buri, que possui um gosto mais forte de peixe; bijupirá, peixe de textura mais consistente; atum bluefin, que estava bem fresco e tinha boa textura; barriga de atum, mais gorduroso e que derretia na boca; carapau com gengibre, que mascarava o sabor do peixe e atum selado com pimenta japonesa, que era saborosa, mas não apimentada.
Em seguida vieram os pratos quentes. O savorin grelhado ao missô e yuzu estava uma delícia, pois o peixe estava muito saboroso, porém suave. E depois provamos o filé e cogumelos ao tarê com vinho do Porto e foie gras, o escalope estava rosado, macio e agridoce. Os legumes que o acompanhavam estava al dente e deliciosos.
Recebemos uma surpresinha da chef: gafanhotos criados no arroz, marinados no shoyu e molho tarê. Hesitante, provei. E não é que era bom?! Adocicado e crocante.
Escolhemos os sushis entre udon e soba. Vieram três nigirizushis, de atum, pargo e cavalinha marinada. Atum clássico, não tem como errar. O de pargo também era bom, porém a de cavalinha tinha um gosto bem marcante. E para os que gostam de ovas, vinha também um sushi de ikura.
Enfim, as sobremesas! Pedimos o chocolate ao cubo, mousse em camadas de chocolate, conhaque e café com calda de kinkan, que traz equilíbrio por ser levemente ácida, e ainda vinha com aqueles biscoitinhos em formato de cogumelo com chocolate em cima, que eu comia na infância.
Experimentamos também o origami, bolo suflê quente de chocolate meio amargo com sorvete de creme e calda de wasabi, que trazia o sabor característico do wasabi sem ser ardido.
Mas a que mais me impressionou foi a fuits no suppu, frutas laminadas em calda de especiarias e sorvete de creme. Simples, colorida e banhada em uma sopa muito refrescante com um toque de manjericão.
Os pratos trouxeram diferentes aromas, sabores e texturas, além disso foram apresentados em cerâmicas exclusivas em forma de obras de arte. Os atendentes e a chef foram muito atenciosos do início ao fim nos proporcionando uma experiência gastronômica e sinestésica memorável no Aizomê.