Guardei na memória ótimas lembrancas do restaurante La Brasserie Erick Jacquin e esperava encontrar o mesmo encantamento no Président, considerado o melhor francês de São Paulo pelos dois últimos anos segundo a Veja Comer e Beber. A expectativa era alta, todavia sempre que espiava o menu pensava se aqueles preços exorbitantes realmente valiam a pena e se esta também é a sua dúvida, hoje tenho a resposta para você.
Certamente a experiência começa antes mesmo de provar os pratos, desde a imponente entrada do restaurante e atendimento gentil até o ambiente de gosto um tanto duvidoso, salvo pela fotogênica Torre Eiffel, mas ao mesmo tempo bastante acolhedor. Senti-me bem no Président.
Para começar, um caprichado couvert com pão de fermentação natural reposto a todo momento, ricota Almeida Prado com pimenta rosa, manteiga com flor de sal, gougère e viennoiseries, um de queijo e outro mais intenso de aliche. Destaque para o delicioso pão de casca crocante, a leveza da massa choux do gougère e o saboroso folhado de queijo!
Também gostei das refrescantes sodas italianas de tangerina e, principalmente, de frutas vermelhas, mais adocicada, porém ainda com muito frescor!
Seguindo para os principais, uma pessoa foi de camarões grelhados com emulsão de champgne e espinafre fresco, que apesar de tostados nas superfícies ficaram ligeiramente crus no miolo carnudo. Sinceramente, não encontrei nenhum grande diferencial neste prato.
Também teve um polêmico cassoulet de coelho com foie gras à moda antiga, com uma carne que desmanchava na boca e um foie gras mais sutil do que de outros lugares que já experimentei!
Como sou fanática por pato, optei pelo magret de canard rôti com uvas brancas e maçã caramelizada recheada com ameixa. Apesar dos pontos positivos, como equilíbrio entre acidez e dulçor, ponto mal passado que garante a maciez da carne (talvez um dos mais macios que já provei) e crocância das amêndoas laminadas, senti um sabor marcante demais no pato, algo que não ocorreu quando degustei magret de canard no Ici Bistrô e Chef Rouge.
Com certeza não poderíamos deixar as sobremesas de lado, então pedimos um delicado mil-folhas de baunilha Bourbon (faltou a fotinho), um arroz doce com fava de baunilha, sorvete de pistache e farofa de macaron, que agradou mais na aparência do que no paladar e o tradicional crêpe Suzette, o melhor que já comi na vida! A massa estava fininha e levemente crocante mergulhada em caldo cítrico, alcoólico e com o amarguinho das cascas de laranja! PERFEITO!
Para finalizar, um pratinho de petit four para acompanhar o café (um por mesa e não por café) com macarons bem feitos!
Longe de mim dizer que não tivemos um almoço prazeroso, muito pelo contrário, foi extremamente agradável e a comida é gostosa, entretanto não justifica os preços exorbitantes praticados! Pelo menos o que eu penso é que quando você vai a um restaurante onde o preço médio do prato é de 200 reais, você espera algo surpreendente e não é o que acontece.