Quem nunca sonhou em conhecer o D.O.M. Restaurante, detentor de 2 estrelas Michelin, do internacionalmente renomado chef Alex Atala? Pois bem, todo sonho tem o seu preço e aqui ele custa R$ 690,00 por pessoa ou R$ 1140,00 com harmonização de vinhos. Enfim, será que este privilégio de degustar autênticos ingredientes brasileiros aliados a técnicas contemporâneas da alta gastronomia vale cada centavo investido? Vamos ao menu degustação de 12 passos e descobriremos ao final do post. 😉
Antes de iniciar nossa experiência gastronômica propriamente dita, provamos castanha-de-caju PERFEITAMENTE crocante e defumada acompanhada de aluá, uma bebida fermentada de abacaxi.
Então, nosso primeiro prato foi um frozen de papaya e manga em esferas cobertas por uma gelatina de limão de ágar-ágar, feita de algas, além das ervas com a estrela do menu, a formiga saúva na versão pink purpurinada!
Sem frescura, o chef recomenda pegar a formiga com a mão e começar a degustação por ela e sentir seu gostinho de capim-limão, uma experiência no mínimo DIFERENCIADA, e seguir com o restante super REFRESCANTE!
Depois foi a vez do camarão curado e branqueado com pó de café em cima acompanhado de bisque, preparado com caldo do próprio camarão e café espresso. Confesso que não me agradou a textura crua do crustáceo.
Em seguida, experimentamos o momotaro, um tomate japonês marinado no caldo oriental dashi recheado com bacuri, um fruta da região norte do Brasil. Com certeza, uma explosão de umami e acidez do bacuri!
Apesar de não gostar de cogumelo, SURPREENDEU-ME a espuma de cogumelo com tartare de cogumelo e pimenta de cheiro sob caramelo e cogumelo ralado finalizado com consommé de cogumelo. A espuma se desfaz na boca e o caramelo equilibra o caldo ácido e ligeiramente apimentado!
Nesta etapa experimentamos um molho hollandaise cremoso de leve acidez feito com tucupi acrescido de cebola assada, brócolis, broto de cambuquira e gema cremosa por cima, acompanhado do famoso suflado de mandioca INCRIVELMENTE fino, delicado e crocante! Comeria uma tonelada desse suflado!
Chegamos na metade da degustação com o DELICIOSO pão caseiro de mandioca selado na manteiga de garrafa e requeijão de puba com castanha-de-caju. O pão exibia sua crocância na casca tostada, tinha o miolo macio e ficava muito bom com o requeijão de puba de sabor mais azedinho!
Mais brasileiro, impossível! Neste passo provamos o pirarucu salgado, também conhecido como o bacalhau da Amazônia, servido com pil-pil, uma emulsão preparada com colágeno da cabeça do pirarucu e azeite, couve e tapenade de açaí. A emulsão branca brilhante e o tapenade de açaí ajudam a atenuar o salgado do peixe.
Para finalizar os pratos principais, escolhemos o polvo grelhado acompanhado de nhoque de puba e mandioca, alcachofra, cebola e wakame, onde apreciamos o ponto de cozimento PERFEITO do polvo com um tostadinho hiper SABOROSO banhado por caldo de lembrança oriental devido à presença das algas marinhas!
Uma das pessoas da mesa experimentou o cordeiro do Piauí confitado por 8 horas, acompanhado de nhoque de puba e mandioca, alcachofra, cebola e abóbora, além de molho de pimenta. Como não sou muito fã de cordeiro, achei a carne bem forte e fiquei feliz por ter escolhido o polvo.
Passando para as sobremesas, trouxeram-nos uma mandioca cozida durante muitas horas a baixa temperatura com manteiga de garrafa, rodeada por mofo branco e finalizada com mel ácido de abelha nativa brasileira. Engraçado como o mofo é o que dá o sabor ao prato, que lembra muito o queijo Brie ou Camembert!
Seguimos com as frutas coco verde, jaca, cupuaçu e bacuri com chantilly de baunilha polvilhados de especiarias, uma sobremesa leve, fresca e ÁCIDA!
Ainda na onda das frutas, degustamos um figo verde coberto por uma fina camada de chocolate branco, sobre redução de vinho do porto, acompanhado de gorgonzola dolce. Mesmo um pouco doce demais, gostei do figo verde e sua delicada decoração, assim como o lado divertido do açúcar explosivo, porém achei a gorgonzola marcante demais.
Por fim, não poderia ser menos INUSITADO, um brigadeiro de cogumelos Yanomami de sabor sutil e textura cremosa!
Honestamente devo dizer que apesar de haver muitos pratos que repetiria facilmente, o menu degustação do Maní, da chef Helena Rizzo, me impressionou mais em relação ao sabor presente, mas delicado ao mesmo tempo. Ao contrário do D.O.M. que é majoritariamente em alta intensidade! Ambos utilizam ingredientes brasileiros ainda pouco explorados e aplicam técnicas fenomenais!
Por isso, apesar dos pesares, sinto que eu precisava viver esta experiência ao menos uma vez na vida, pois de fato ela é ÚNICA e TRANSFORMADORA, o que fez valer a pena visitá-lo, além é claro do atendimento de primeira e com muito bom humor!
Olá! Quanto tempo levou o menu de degustação? Estou planejando uma visita na quinta-feira e preciso saber quanto tempo devo separar!
Obrigada
Olá Daniela! Levamos cerca de 3 horas para fazer o menu degustação. Espero ter ajudado com a resposta e uma ótima degustação para você!
Vc fez o menu com harmonização?
Olá Lana, não fiz com harmonização.